A cerimônia de posse do desembargador Ricardo Roesler na presidência do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, junto com o novo corpo diretivo, lotou o Auditório Teori Zavascki nesta sexta-feira (31/1). A sessão foi acompanhada por autoridades das esferas federal e estadual dos três poderes – governador, senadores, ministro do STJ, desembargadores federais e representantes de Tribunais de Justiça do país, do Ministério Público (MP) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Em seu discurso, Roesler agradeceu aos desembargadores, juízes e servidores pelo apoio e destacou a lealdade dos assessores e servidores de gabinete, a quem referiu-se como “as colunas que sustentaram a sua caminhada”. Sobre sua administração, reforçou os três eixos essenciais – informação, integração e inovação – que pretende estabelecer a partir de uma gestão partilhada e democrática.
“Como qualquer mandato, a presidência do Tribunal não pertence ao seu presidente, porque a significação de sua regência repousa nos seus representados e a brevidade da representação não se afeiçoa com a vaidade. Pouco importa onde quer que tomemos assento; servimos todos aos mesmos desígnios. E devemos partilhar do mesmo propósito”, ponderou Roesler.
Família
Menção especial foi feita, na cerimônia, à família que o acompanha desde o início da carreira na magistratura, em 1987. Ricardo Roesler demonstrou gratidão à esposa Sandra, aos filhos, genro, nora e netos. A jornada da família nos primeiros anos da carreira incluiu cinco comarcas: Joinville, Barra Velha, Sombrio, Jaraguá do Sul e a Capital. Para a esposa Sandra Roesler, tantas mudanças trouxeram para a família um aspecto positivo: “Apesar de sempre bem acolhidos nas cidades onde passamos, só tínhamos a nós mesmos, tínhamos que contar um com o outro e isso nos fez crescer como família”, explica. Sandra destaca também o reconhecimento pela trajetória na magistratura: “Tenho muito orgulho de onde ele chegou, por méritos próprios, sem pedir nada pra ninguém, e compartilho com ele o carinho por essa carreira”, conclui.
O orgulho familiar é demonstrado também por Renata Pedroso da Silva Machado, esposa do desembargador Dinart Francisco Machado que ocupará a Corregedoria-Geral do Foro Extrajudicial na nova gestão. Dinart e Renata se conheceram em 1998, em São Miguel do Oeste, onde ele foi juiz. O casal superou um período de namoro à distância devido às mudanças impostas pela carreira da magistratura. “Estamos orgulhosos pela posição e pelo cargo que ele exerce hoje, que é fruto todo o esforço dele e do bom juiz que ele é”, disse Renata.
Reconhecimento, afeto e exemplo
A família do desembargador Salim Schead dos Santos, que assumiu a 3ª vice-presidência, também estava completa na cerimônia de posse. Além da esposa Sônia – que o incentivou a fazer a faculdade de Direito na década de 70 – as filhas, genros e netos estavam unidos no sentimento de orgulho pela trajetória profissional do desembargador.
Após ingressar na magistratura, em 1981, Salim mudou-se com a família para o oeste do Estado. Passaram por Campo Erê, Seara, São Lourenço do Oeste, Caçador e Lages, cidade natal da esposa, onde ficaram por 15 anos. Em Lages, o desembargador Salim foi professor na Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) e deixou sua marca na formação das duas filhas, suas alunas, hoje formadas em Direito e servidoras do Poder Judiciário catarinense. “Ele sempre foi um grande exemplo e referência para nós não apenas no campo profissional, mas como ser humano. Esse momento representa um reconhecimento de quem ele é como pessoa”, elogia a filha Fernanda dos Santos.
Carolina Lins Bianchini, filha da desembargadora Soraya, também seguiu os passos da mãe na carreira jurídica e hoje atua como advogada. “Ela nunca me disse para cursar Direito, mas por acompanhar a rotina de trabalho dela, me interessei”, conta. “Ela sempre foi muito dedicada e competente, por isso merece estar hoje nesta posição”, destaca Carolina.
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Os novos dirigentes
Presidente – Des. Ricardo José Roesler
Natural de São Bento do Sul, começou a carreira como juiz substituto em 1987. Atuou nas comarcas de Joinville, Barra Velha, Sombrio, Jaraguá do Sul e novamente Joinville, onde permaneceu por 14 anos, de 1993 a 2007. Em 2007 foi removido ao cargo de juiz de direito de 2º grau e assumiu como desembargador em junho de 2012. Foi eleito presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) em dezembro de 2017 e assumiu o cargo em março de 2018. Comandou no Estado de Santa Catarina as eleições de 2018. Por último, integrava a 3ª Câmara de Direito Público do TJSC.
1º vice-presidente – Des. João Henrique Blasi
Antes do ingresso na magistratura pelo quinto constitucional da OAB/SC, em novembro de 2007, João Henrique Blasi foi secretário de Estado da Segurança e deputado estadual por quatro mandatos.
Corregedora-geral da Justiça – Desa. Soraya Nunes Lins
Natural de Florianópolis, a próxima corregedora-geral da Justiça também liderou a Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude (Ceij). Antes de chegar ao TJSC, em 2010, a desembargadora passou por diferentes regiões do Estado: Rio do Sul, Taió, Ituporanga, Trombudo Central, São Francisco do Sul, Joinville, Balneário Camboriú, Brusque, São José, Bom Retiro, Capinzal, Canoinhas, Lages e Capital.
2º vice-presidente – Des. Volnei Celso Tomazini
Durante seis anos, atuou no Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC). Destacou-se como juiz eleitoral substituto até assumir o Tribunal Pleno por um biênio, na classe de juiz de direito. Atualmente, ocupa a função de 1º suplente, tendo sido convocado para assumir a Corregedoria, a Vice-Presidência e a própria Presidência quando do afastamento temporário dos titulares. No TJSC, ocupou a função de juiz-corregedor e de juiz de 2º grau. Também passou pelas seguintes comarcas: Campo Erê, São Lourenço do Oeste, Porto União, Concórdia, Itajaí e Capital.
3º vice-presidente – Des. Salim Schead dos Santos
Durante 16 anos no TJSC, o desembargador presidiu o Núcleo de Conciliação (2014/2015), foi o ouvidor judicial (2012/2013), vice-diretor jurídico do Centro de Estudos Jurídicos (Cejur), vice-diretor executivo da Academia Judicial e vice-corregedor-geral da Justiça (2016/2017). Atuou nas seguintes comarcas: Campo Erê, Seara, São Lourenço do Oeste, Caçador, Lages e Capital.
Corregedor-geral extrajudicial – Des. Dinart Francisco Machado
Com mais de 30 anos de atuação no Poder Judiciário, o desembargador participou da implantação de diferentes sistemas tecnológicos, como o sistema de gerenciamento de processos (SAJ-3) e o SAJ-5 (processo digital). Também participou da implantação do Bacenjud, Infojud, Renajud, Cuida (Cadastro Único Informatizado de Adoção e Abrigo) e do sistema que possibilita a realização de testes de DNA para pessoas em vulnerabilidade social (Prodnasc). O magistrado atuou nas seguintes comarcas: Blumenau, São João Batista, Rio Negrinho, São Miguel do Oeste, São José e Capital.
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