Perplexidade

Causou perplexidade e indignação aos magistrados da comarca de Lages o comentário atribuído ao advogado Daltívio Alves Júnior, presidente da subseção local, ao dizer que, em comparação com as Justiças Federal e do Trabalho, “a Justiça estadual é a única que não anda”, veiculada no jornal “A Notícia” de 15 de julho. As acusações levianas e infundadas, geralmente provindas de quem não conhece – embora devesse por dever de ofício conhecer – o funcionamento da Justiça do Estado, somente contribui para um maior distanciamento entre juízes e advogados, máxime quando imputação desse jaez reproduz prática condenável, que é a acusação despida de fundamento concreto e dados objetivos. A simples consulta aos dados fornecidos pela Corregedoria Geral da Justiça demonstra que em Lages, assim como em todo o Estado, os juízes e juízas estão trabalhando muito acima da média nacional de despachos e sentenças, dando provas cabais do comprometimento dos magistrados não com a causa dos advogados, mas com o direito das partes litigantes, atividade fim do Poder Judiciário. Somente para registro, os percentuais orçamentários conferidos aos ramos do Judiciário Federal [Trabalho e Comum Federal] é, comparativamente, muito superior àquele dado pelos Estados ao seu Poder Judiciário, embora a Justiça Comum Estadual tenha número significativamente superior de processos para exame por seus juízes. A comparação negativa feita pelo presidente da OAB de Lages somente vem a desprestigiar, não os juízes estaduais de Lages, mas a classe dos advogados lageanos.

Coordenadoria de Lages da Associação dos Magistrados Catarinenses

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