AMC participa do lançamento do sistema Busca Ativa

Crianças e adolescentes que vivem em abrigos de Santa Catarina agora contam com uma nova ferramenta de incentivo à adoção. O sistema Busca Ativa, lançado ontem, 12/7, no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, vai disponibilizar fotos e vídeos que mostram as crianças abrigadas falando sobre sua rotina, seus gostos e sonhos. O acesso a esse material é controlado pela Ceja – Comissão Estadual Judiciária de Adoção – que vai permitir a visualização por pretendentes habilitados à adoção.

 

A proposta é incentivar a adoção principalmente de crianças que estão fora do padrão de preferência dos adotantes: maiores de sete anos, aquelas que têm algum problema de saúde ou são portadoras de deficiência e os grupos de irmãos. O sistema conta com ferramentas de proteção eletrônicas que evitam que a imagem da criança seja exposta ou utilizada para qualquer outro fim.

 

O projeto foi desenvolvido pela Corregedoria-geral da Justiça e tem o apoio da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC). A presidente da Associação dos Magistrados Catarinenses, Jussara Schittler dos Santos Wandscheer, destacou que “a AMC apoia essa iniciativa e acredita que o uso das tecnologias pode auxiliar muito nesta área tão sensível que é a infância e juventude”.

 

Na cerimônia de lançamento do sistema o corregedor-geral da Justiça, desembargador Henry Petry Junior, enfatizou o fato de a ferramenta dar visibilidade, com segurança, às crianças e adolescentes que desejam encontrar um novo lar. O presidente do TJ, desembargador Rodrigo Collaço, destacou o empenho dos setores que contribuem para a causa da adoção e avaliou que só a união de todos pode fazer a diferença.

 

O promotor de Justiça João Luiz de Carvalho Botega representou o Ministério Público na solenidade e elogiou a iniciativa. “Toda criança tem o direito de ser criada em uma família, então é fundamental que toda a sociedade se mobilize para promover o encontro entre as crianças e os futuros pais”.

 

O juiz-corregedor Rodrigo Tavares Martins, que participou da elaboração do Busca Ativa, apresentou o projeto aos presentes e destacou que a necessidade de implementação desse programa é urgente. De acordo com os dados apresentados, há 1.511 crianças em abrigos do Estado, sendo 973 acima de sete anos e 361 aptas à adoção. Apesar de uma mudança na faixa etária pretendida pelos adotantes, ainda existe dificuldade em encontrar famílias para os maiores de sete anos.

A diretora do departamento de família, infância e juventude da AMC, juíza Ana Paula Amaro da Silveira, acredita que o sistema Busca Ativa deve beneficiar principalmente os adolescentes que vivem em abrigos. “Normalmente os pretendentes que se habilitam para a adoção preferem crianças, mas nós temos muitos outros ansiosos por pais que querem ter essa oportunidade. Essa é a chance de fazê-los aparecer e se aproximar dos pretendentes”, destacou.

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