2º Colóquio de Verão: especialistas apontam caminhos para o problema da mobilidade urbana na Grande Florianópolis

A Escola Superior da Magistratura do Estado de Santa Catarina (ESMESC) reuniu, na manhã do último sábado (18/3), no auditório da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC), três especialistas para debater a questão da mobilidade urbana e sustentabilidade. Nesta segunda edição, o Colóquio de Verão ofereceu aos participantes um rico debate sobre os problemas do gênero que afetam a região da Grande Florianópolis e quais os caminhos para melhorar a vida nos espaços urbanos das cidades.  

Sob a coordenação do Juiz Rudson Marcos, Professor e diretor de Ensino da ESMESC, o encontro contou com a participação dos Professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Elson Manoel Pereira e Bernardo Meyer; e do superintendente de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis e Secretário de Planejamento do estado do Paraná, Cassio Taniguchi.

O primeiro a fazer uso da palavra foi o Professor Elson Pereira. Ele criticou o modelo “rodoviarista” adotado pelo Poder Público, que prefere ampliar espaços para automóveis. Usando como exemplo Londres, Elson sugeriu a adoção de pedágio como forma de desestimular o tráfego de veículos no centro da cidade, além, é claro, de medidas para o aprimoramento do transporte coletivo e melhor ocupação dos espaços urbanos. “As nossas soluções reforçam o modelo rodoviarista. O problema é que quanto mais espaço se der para os carros, mais eles vão ocupar”, disse.

O superintendente de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, Cassio Taniguchi, apresentou aos presentes o PLAMUS (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis). Ele comentou sobre o alto percentual de postos de trabalho que estão na Ilha (60%), que obrigam milhares de pessoas a atravessarem todos os dias as pontes que ligam o continente à Capital do Estado. Ele também defendeu a adoção de pedágio urbano e aumento das tarifas de estacionamento no Centro de Florianópolis. “O transporte individual tem que pagar o transporte público”, ressaltou.

Da mesma forma, o Professor Bernardo Meyer concordou com a necessidade de criar alternativas para sustentar o sistema de transporte coletivo com recursos oriundos das taxas que poderão ser cobradas de veículos particulares. Ele apresentou com o exemplo a cidade de Bogotá, na Colômbia, que em apenas três anos resolveu de forma satisfatória o problema da mobilidade urbana em seus espaços. “Aqui ainda é muito barato estacionar o carro. E pior, muita gente não paga para usar esses espaços”, lamentou.

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