Magistrados querem implantar em SC projeto de educação musical para adolescentes em conflito com a lei

Uma oficina de humanização e inclusão social através da música. Há quase sete anos é o que o projeto Banda Liberdade vem proporcionando aos jovens do Centro de Atendimento Socioeducativo de Passo Fundo (CASE/RS). Na última sexta-feira (12), em visita a capital catarinense, o Juiz Dalmir Franklin de Oliveira Júnior, responsável pela iniciativa, trocou experiências com Magistrados catarinenses com a proposta de implementar o projeto no Centro de Atendimento Socioeducativo da Grande Florianópolis. A reunião encerrou com uma oficina de percussão com os adolescentes no CASE, em São José.

O primeiro encontro foi realizado no Fórum Desembargador Eduardo Luz, e reuniu a Desembargadora Soraya Nunes Lins, as Juízas Ana Cristina Borba Alves e Brigitte Remor de Souza May, e o Juiz Fernando de Castro Farias. Também esteve presente o músico da Banda Liberdade, Marcelo Pimentel.

Durante a reunião foi apresentado o projeto e discutidas as possibilidades de criar uma ação voltada aos jovens do CASE da Grande Florianópolis, com a identidade local. Para a Juíza Ana Cristina Borba Alves, da Comarca de São José, incentivos como esse proporcionam aos adolescentes em conflito com a lei novas oportunidades de escolha. “É uma forma de inseri-los na sociedade elevando a autoestima e a autoconfiança”, explica a Juíza. “Um projeto como esse que foi apresentado hoje, com certeza faz parte de tudo aquilo que a gente tem lutado e sonhado para o atendimento socioeducativo do Case da Grande Florianópolis”, destacou a Magistrada. Após a conversa, os Magistrados pretendem buscar parcerias para implantação do projeto em Santa Catarina.

Oficina no CASE

Para fazer parte do projeto é necessário ter muita responsabilidade e disciplina. E foi seguindo essa linha que o músico Marcelo Pimentel apresentou o projeto da Banda Liberdade aos jovens do CASE da Grande Florianópolis, com uma oficina prática sobre ritmo e harmonia. Dos 25 jovens presentes, quatro tiveram a curiosidade de participar da oficina, tocando alguns instrumentos de percussão, os demais seguiram nos aplausos. Até a Juíza Brigitte Remor de Souza May, foi uma das participantes, arriscando em um instrumento surdo.

Há 18 anos trabalhando na educação musical, o músico Marcelo Pimentel acredita que para trabalhar com um adolescente que não teve estrutura social e familiar é preciso ter um perfil profissional. “Ninguém aprende com quem não admira. Você passa a ter uma moeda de troca e as apresentações desses jovens faz com que a família se aproxime deles. É uma forma deles se orgulharem”, afirmou.

“O resultado prático é mostrar a esse jovem uma visão de mundo diferente e fazer com que a sociedade também tenha uma visão dele diferenciada, esse é o maior ganho”, completa o Juiz Dalmir Franklin de Oliveira Júnior, que sente vontade de expandir o projeto para fora da unidade. “Se esse jovem vai depender do crime, ninguém sabe, porque isso vai depender da vontade e da responsabilidade dele, por isso eu gostaria de ter um projeto fora da unidade, de acompanhamento do egresso”, concluiu.

 

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