ENTREVISTA: “Espero contribuir para o contínuo aperfeiçoamento dos serviços extrajudiciais”, destaca novo Vice Corregedor Geral de Justiça

“O brasileiro prefere recorrer ao Judiciário para resolver qualquer problema, seja ele proveniente de uma relação familiar, comercial ou civil, a tentar solucioná-lo através de um acordo”, afirma o novo Vice Corregedor Geral do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC), Desembargador Salim Schead dos Santos, que assumirá o cargo na próxima sexta-feira, 29. Nesta entrevista, ele falou sobre a cultura de judicialização dos conflitos e das suas expectativas com a nova função. Confira:

 

AMC: Ao assumir a Vice Corregedoria, quais as suas expectativas?

Desembargador Salim Schead dos Santos: Minhas expectativas são as melhores possíveis porque conheço o excelente trabalho que foi desenvolvido pelo meu antecessor, Desembargador Ricardo Fontes, e sua equipe, de modo que espero contribuir para o contínuo aperfeiçoamento dos serviços extrajudiciais.

 

AMC: O que considera importante fazer primeiramente?

Desembargador Salim Schead dos Santos: Primeiramente, dar continuidade aos projetos que já vinham sendo desenvolvidos na gestão dos Desembargadores Luiz Cézar Medeiros e Ricardo Fontes, de acordo com planejamento estratégico já definido, cuja missão é “orientar, apoiar e fiscalizar a atividade judicial e extrajudicial na busca permanente do aprimoramento e da efetividade da prestação jurisdicional”.

 

AMC: O Senhor acha que o brasileiro recorre muito à Justiça? O que pode ser feito para termos um Judiciário mais célere?

Desembargador Salim Schead dos Santos: Não há dúvida de que vivemos no Brasil o que se chama de cultura de judicialização dos conflitos. Vale dizer, o brasileiro prefere recorrer ao Judiciário para resolver qualquer problema, seja ele proveniente de uma relação familiar, comercial ou civil, a tentar solucioná-lo através de um acordo. Atualmente, estimula-se a adoção de medidas alternativas à solução dos conflitos, como a conciliação, a mediação e a arbitragem, pois através delas é possível a pacificação social. Essa mudança de paradigma reduziria o número de demandas, permitindo que o Poder Judiciário se ocupasse realmente dos conflitos mais relevantes, daqueles em que os métodos alternativos de solução de conflitos não tivessem logrado êxito ou que a eles não se aplicassem. A morosidade do Judiciário é tema recorrente. Mas as causas são várias, merecendo destaque o elevado número de processos e de recursos. Muitas medidas têm sido adotadas para resolver esse problema, como as reformas do CPC e CPP, a adoção do Planejamento Estratégico e do processo judicial eletrônico, os Juizados Especiais e os meios alternativos de solução de conflitos, entre outras.

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