A Juíza Karen Francis Schubert Reimer termina o ano de 2015 com um balanço positivo em termos de produtividade. Titular da 1ª Vara Criminal da comarca de Joinville, onde atua desde maio de 2012, a Magistrada revela que existem em sua unidade 1.967 processos em andamento, além dos inquéritos policiais, que somam 936. “Temos ainda 505 processos em grau de recurso, muitos deles de recursos em sentido estrito, que retornarão possivelmente para realização da Sessão do Júri”, acrescenta.
A unidade é responsável também pelas ações que são de competência do Tribunal do Júri, cujo número chega a 294 processos. “Mas temos que observar que este ano tivemos registrados em Joinville 125 homicídios e um número muito maior de tentativas, sendo que foram denunciados apenas 40 processos de crime contra a vida, mostrando uma demanda contida. Com a anunciada criação da Delegacia de Homicídios com certeza o número de denúncias aumentará sensivelmente”, pontua.
Em 2015, foram pautadas 62 sessões do Tribunal do Júri, sendo realizadas 58. Ela comenta que são realizados em média dois júris por semana, todas terças e quintas-feiras, com exceção do mês de janeiro e mês de férias, quando não são designadas sessões do júri. Sobre a estrutura para dar conta do alto volume de processos, ela diz que o cartório trabalha com uma escrivã, cinco TJA’s e dois estagiários. No gabinete, um TJA, uma assessora e duas estagiárias, e uma estagiária na sala de audiências e Júri. “Importante destacar que temos três promotorias e dois defensores públicos atuando exclusivamente na vara, para apenas um Juiz”, frisa.
Dados recentes mostram que Joinville aparece como a segunda cidade com o maior número de homicídios em Santa Catarina. Para a Juíza Karen Schubert, a criação de uma Vara com competência exclusiva para julgar os crimes contra a vida e outros afetos ao Tribunal do Júri ajudaria a diminuir esse tipo de crime na maior cidade do Estado. “Com os últimos homicídios (10 nos últimos dias) talvez Joinville passe a ocupar o primeiro lugar. Já é o primeiro lugar em números absolutos (125 em 15/12/2015, sem considerar as tentativas). Não tenho dúvidas de que a falta de uma Delegacia e Vara especializadas são diretamente responsáveis por estes números. O melhor exemplo que temos é a Capital, que ocupava sempre os primeiros lugares antes da criação da Vara e Delegacia especializadas. Acredito que Joinville, sendo a maior cidade do Estado, merece o mesmo tratamento, para diminuição desta criminalidade que assola nossa cidade. Se não uma vara exclusiva do júri, ao menos uma vara mais especializada, com competência para crimes dolosos contra a vida e outros como latrocínio ou roubo”, assinala.