Dados apresentados nesta quinta-feira, 27, apontam que 80% dos magistrados apresentam alguma alteração fisiológica devido à carga mental de trabalho durante as sessões de julgamento. A pesquisa realizada com 15 desembargadores do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC) é resultado do trabalho de dissertação de mestrado “Avaliação da Carga Mental de Trabalho em Magistrados do Poder Judiciário de Santa Catarina” da servidora Edilene Zilma Espíndola, enfermeira lotada na Diretoria de Saúde do TJ/SC, cuja defesa foi realizada no auditório Solon D’Eça Neves, na sede da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC).
De acordo com Edilene, a intensa carga mental de trabalho durante as sessões teve como principal consequência a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), uma doença crônica que aumenta o risco de ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC), problemas nos rins e no coração. “A ideia agora é sensibilizar os magistrados do quanto à carga de trabalho afeta a saúde e da importância de tomar medidas preventivas para evitar maiores danos. Entre eles a mudança de hábitos como o sedentarismo, tabagismo e sobrepeso”, explica.
Para o presidente da AMC, Sérgio Luiz Junkes, que compôs a banca, a pesquisa é oportuna e de extrema importância, ainda mais por se tratar de um trabalho inédito. “O trabalho mostra a necessidade de um olhar especial para a saúde dos magistrados, diante da carga mental de trabalho extremamente elevada, muitas vezes até intolerável, como apontou a pesquisa”, ressalta.
Entre os demais avaliadores da banca de mestrado em Engenharia de Produção, com ênfase em Ergonomia, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) estavam a professora Vera Lúcia do Valle Pereira (orientadora), o professor Roberto Luís de Figueiredo dos Santos Jr. (co-orientador), professor Waldemar Pacheco dos Santos e professor Cláudio José Amante.