A Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) realizará, no dia 22 de março, a primeira etapa de um amplo programa de preparação para a aposentadoria, desenvolvido pela entidade. A organização do evento visa instigar os magistrados da importância de se preparar para o período de inatividade.
Como forma de estimular o debate, a AMC fará uma série de entrevistas com magistrados próximos da aposentadoria. O primeiro entrevistado é o Juiz de Direito de 2º Grau Stanley da Silva Braga. O magistrado, que estará presente no evento, reiterou a importância da iniciativa, principalmente no que envolve os conflitos psicológicos de quem está próximo da aposentadoria. Confira:
AMC – O que achou desta iniciativa da AMC, de promover um evento para discutir questões ligadas à aposentadoria? Qual a importância deste encontro?
Juiz de Direito de 2º Grau Stanley da Silva Braga – Esta iniciativa da AMC é muito importante. Pois precisamos nos preparar para a aposentadoria, que é uma etapa pela qual vamos passar. O planejamento é fundamental para evitar problemas psicológicos, naturais quando, depois de uma vida dedicada ao Judiciário, muda-se de cenário e, de certa forma, tem que recomeçar.
AMC – Quais os seus anseios, dúvidas e expectativas ao ingressar nesta fase final da carreira?
Juiz de Direito de 2º Grau Stanley da Silva Braga – A ansiedade e a depressão são naturais quando a aposentadoria se aproxima. De repente você começa a indagar-se: “E agora? O que vai acontecer?”. Até porque, paralelamente aos anseios da chegada da aposentadoria há o processo de envelhecimento, tudo isso somado a perda da produtividade. Acho que é importante, para os magistrados próximos da aposentadoria, ter um acompanhamento psicológico para aprender a lhe dar com essas mudanças. É até uma sugestão minha que esse serviço seja disponibilizado pela AMC.
AMC – De que forma está se preparando para a aposentadoria? O que pretende fazer depois de deixar a magistratura?
Juiz de Direito de 2º Grau Stanley da Silva Braga – Comecei a pensar nisso (na aposentadoria) há um tempo. Por conta disso, comecei a fazer um curso de Ciências Eqüinas, que é uma coisa que eu gosto e uma atividade para realizar depois que encerrar a minha carreira na magistratura. Voltar a advogar quando eu me aposentar também é uma possibilidade. Acho que o importante é não ficar parado e ter um planejamento, inclusive financeiro. Começar a gastar com carro velho e não mais com carro novo, mudar para um imóvel menor. Também quero viajar muito, conhecer muitos lugares.