Comarca de Tijucas cria projeto para ressocialização de detentas

Um convênio firmado entre Presídio Regional de Tijucas, Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania e Indústria e Comércio Catarinense de Pescado (ICAP) abriu as portas para 13 detentas trabalharem. A ideia é que elas aprendam uma profissão e consigam um emprego depois que deixarem a cadeia. A iniciativa partiu da gerente da unidade prisional, Danielle Amorim Silva, que buscou na parceria uma maneira de reintegrar parte da mão-de-obra ociosa.

Iniciado na segunda quinzena de janeiro, o projeto propõe a ressocialização das detentas em troca da redução da pena. Segundo o juiz da Vara de Execução Penal da Comarca de Tijucas, Rodrigo Coelho Rodrigues, a cada três dias de trabalho, a detenta reduz um dia de pena. O recrutamento e a seleção são feitos respeitando os quesitos de segurança e disciplina. As presas em regime fechado precisam ter cumprido pelo menos um sexto da pena para participar do projeto, além de terem bom comportamento carcerário.

Devido à falta de detentas que alcançem o requisito objetivo na Comarca de Tijucas, a administração da unidade prisional estuda a transferência de presas das unidades prisionais de Florianópolis e Itajaí, por meio de permuta, para preencher o número total de 30 vagas disponibilizadas por meio do convênio. “As reeducandas que tiverem os requisitos necessários e aceitarem participar do projeto serão transferidas para o Presídio Regional de Tijucas, tendo a oportunidade de reinserção no mercado de trabalho”, explica.

A ICAP fornece transporte, alimentação e treinamento a todas as reeducandas inseridas no projeto, além do pagamento inicial de um salário mínimo. “Sempre tivemos muita dificuldade de dar a oportunidade dos presos aprenderem um ofício e, dessa forma, terem uma nova oportunidade fora do sistema prisional. Este projeto é um divisor de águas”, ressalta Rodrigues.

As detentas trabalham junto com outras funcionárias da empresa. Uma forma de quebrar o preconceito. “Essas pessoas, um dia, retornarão para a sociedade. Que esse retorno seja o menos traumático possível. Com essa oportunidade, elas têm a chance de sair do presídio com uma carta de recomendação ou até mesmo um emprego”, diz.

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