Detentos concluem curso de capacitação na Comarca de Itajaí

 

Familiares, magistrados e membros do Ministério Público acompanharam, na manhã de sexta-feira (14/12), a formatura de 40 detentos que concluíram o Curso de Soldador, no Complexo Penitenciário de Itajaí. Em uma cerimônia simples, mas emocionante, os novos soldadores receberam das mãos dos professores os certificados de conclusão das atividades.

A iniciativa, que já formou 90 apenados em duas edições, é uma convênio entre a Justiça, a Prefeitura Municipal, o Instituto de Estudos e Pesquisas sobre a Violência e Criminalidade de Itajaí e a Faculdade Assessoritec, de Joinville. Durante as 130 horas-aula, os detentos do regime semiaberto aprenderam técnicas de soldagem “mig/mag” e de eletrodos revestidos, dentro do próprio estabelecimento prisional.

O juiz-corregedor da execução penal da Comarca de Itajaí, Pedro Walicoski Carvalho, explica que a ressocialização dentro das unidades avançadas está focada em três eixos: educação, capacitação e trabalho. E os dados comprovam a efetividade dos projetos, com a queda de 85% para 12% dos índices de reincidência, se comparada às penitenciárias comuns. “É uma forma fantástica de se buscar a recuperação dessas pessoas por meio a profissionalização, valorizando sua autoestima. Muitos dos internos nunca tiveram nem a oportunidade de ouvir o Hino Nacional em pé. Deu pra perceber hoje, durante a certificação, que eles até se emocionaram, pois viram que há a esperança de recomeçar a vida de forma diferente”, afirma.

De acordo com Walicoski, a maioria dos internos já sai empregada quando progride ao regime aberto. “Há um demanda grande em Itajaí no trabalho com solda. Teve um formando que estava só aguardando o diploma para conseguir emprego”, destaca o magistrado, que acompanha diariamente o estabelecimento prisional com 1.250 detentos.

O Complexo de Canhanduba, gerido de forma conjunta entre Estado e iniciativa privada, executa ainda outras atividades de educação e trabalho junto aos apenados. Nas três unidades que formam sua estrutura, quatro empresas promovem parcerias para produção têxtil, de eletrodomésticos, de material esportivo e de culinária. E a remuneração de um salário mínimo satisfaz a todas as partes: 75% dos rendimentos vão para os presos e 25% ficam para a manutenção da casa. “Não podemos estar distante das questões prisionais. A nova Justiça, atualmente, tem de ser atuante na fiscalização e no auxílio a essas pessoas. É um problema do Estado, do empresariado e da sociedade, por isso todos precisam se engajar nessa discussão”, completa Walicoski.

 

 

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