Quase uma década de intenso suor, dedicação e até, mesmo, alguns dedos quebrados. Essa foi parte da rotina aguerrida do juiz Ricardo Machado de Andrade nos tatames até receber, nesta terça-feira, a faixa preta de Karatê, estilo Shotokan, em Criciúma. A graduação, que é um reconhecimento àqueles que possuem relativo controle do corpo e da mente, foi entregue ao magistrado pelo Sensei João Batista Cândido, seu treinador.
O juiz karateca já havia sido aprovado por uma comissão composta pela Federação Catarinense e pela Confederação Brasileira de Karatê, no último sábado, em Joinville, em provas teóricas e práticas da modalidade, mas preferiu receber a faixa das mãos do mestre, no Sul do Estado. Segundo o magistrado, o interesse na modalidade surgiu como um refúgio à correria do dia a dia. “O nosso trabalho cansa muito mentalmente e por isso precisamos de alguma atividade pra extravazar e descarregar os problemas. E nada melhor que um esporte no qual a concentração é total”, ressalta.
Lesões à parte, o juiz Ricardo afirma que nunca deixou de realizar suas atividades rotineiras por conta da arte marcial japonesa. Para ele, em oito anos, todas essas pequenas dores valeram e, ainda, continuam valendo a pena. “Tive alguns dedos dos pés e mãos quebrados, inclusive, tendo que os engessar. Por isso, essa conquista é um sentimento de vitória pessoal muito grande, em uma modalidade solidária, de muita concentração e dedicação. Apesar de ser de contato, é um esporte que traz muito autocontrole, paz e tranquilidade”, revela.
Engana-se, no entanto, quem pensa que a faixa preta é o ápice da carreira de um karateca. É justamente com a graduação que o praticante inicia os dez graus, intitulados Dan, após passar pelas sete faixas coloridas, que representam as classes. E galgar os próximos passos do Karatê está entre os planos do magistrado. “Mesmo não participando de competições, pretendo me dedicar cada vez mais, para daqui a dois anos seguir no 2º Dan", completa.