Juízes catarinenses crêem que estudo da AMC sensibilizará congressistas e dará embasamento jurídico para o restabelecimento do ATS

A Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) realiza, na próxima sexta-feira (9/11), às 16h, no auditório Solon d'Eça Neves, na sede administrativa da AMC, em Florianópolis, o Encontro Estadual sobre a Reestruturação da Carreira da Magistratura: o restabelecimento do ATS como uma medida necessária e viável. O objetivo do evento é fomentar o debate e incentivar a participação e o engajamento de toda a classe a propósito deste pleito inadiável e de extrema importância para a magistratura.

A um dia do encontro, a AMC dá seguimento às entrevistas com magistrados que estarão presentes no evento. Os juízes Rodrigo Collaço, ex-presidente da AMC, e Edison Zimmer, da Comarca de Rio do Sul, manifestaram-se sobre as temáticas a serem debatidas. Acompanhe:

 

AMC – Qual a avaliação do senhor sobre um evento como este, voltado às discussões da carreira da magistratura?

Juiz Rodrigo Collaço – É um encontro de suma importância porque demonstra a capacidade de mobilização da Magistratura e das associações que empunharam uma bandeira justa. Em qualquer setor, privado ou estatal, existe o Adicional por Tempo de Serviço. E partir do momento em que ele foi extinto trouxe grandes perdas à carreira. Creio que além de unir a magistratura, esse evento vai unir fortalecer ainda mais a classe em busca dos nossos objetivos.

Juiz Edison Zimmer – Esse evento é a congregação de uma força única, ainda mais com a participação de associações de todo o país, em prol de algo tão relevante pra magistratura, que é o Adicional por Tempo de Serviço. Infelizmente, nossa classe é uma das poucas carreiras de estado que não é valorizada com o adicional.

 

AMC – Em sua opinião, qual a importância do Adicional por Tempo de Serviço para carreira?

Juiz Rodrigo Collaço – A Magistratura, atualmente, não tem os mesmos atrativos de outras carreiras. Na iniciativa privada, por exemplo, há um incentivo remuneratório que reflete consideravelmente na busca por conhecimento, dedicação e crescimento profissional. Hoje, na em nossa carreira, tanto faz ter 30 anos ou um dia de experiência, pois a remuneração é praticamente a mesma. Por mais que o magistrado ascenda profissionalmente, este tipo de crescimento é ínfimo.

Juiz Edison Zimmer – A perda do ATS acabou gerando um desestímulo aos magistrados com mais experiência na carreira, aqueles que dedicaram a vida inteira à magistratura e que, muitas vezes, estão prestes a se aposentar, com a remuneração equiparada a dos juízes mais jovens. Por isso, penso que é de grande relevância o restabelecimento do adicional para a nossa classe.

 

AMC – Qual avaliação feita pelo senhor acerca do estudo realizado pela Associação dos Magistrados Catarinenses sobre o ATS?

Juiz Rodrigo Collaço – Acredito que o estudo irá sensibilizar os legisladores quanto aos nossos pleitos, já que apresenta a injusta realidade da magistratura. O projeto fez uma bela análise da nossa classe com outros segmentos profissionais e penso que será difícil não abraçar esses argumentos.

Juiz Edison Zimmer – Pelo que pude ver, o estudo foi muito bem elaborado e dá o suporte jurídico pra defesa dessa bandeira da magistratura. Creio que poderá embasar a decisão dos legisladores quanto ao nosso pleito.

 

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