Por Carolina Pompeo
A parceria firmada entre a Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) e a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) tem gerado bons resultados. Nesta sexta-feira (21/09), representantes da magistratura catarinense reuniram-se com dirigentes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para discutir o desenvolvimento e a implementação de novos projetos na área da Infância e Juventude.
Participaram da reunião o desembargador Sérgio Izidoro Heil, Coordenador Estadual da Infância e Juventude; os juízes Álvaro Pereira de Andrade, da comarca de Blumenau, Joana Ribeiro Zimmer, de Barra Velha, e Ana Paula Amaro da Silveira, de Gaspar; e o presidente da AMC, juiz Sérgio Luiz Junkes.
O objetivo do encontro era debater em conjunto de que forma o Senai poderia contribuir para a melhoria da situação de centenas de jovens catarinenses acolhidos pela Justiça em regime de internato, semi-aberto, aberto e em situação protetiva. A proposta do desembargador Heil é o desenvolvimento de cursos profissionalizantes e projetos de caráter educativo que possibilitem a esse jovem uma melhor formação e capacidade de ingressar no mercado de trabalho sem, no entanto, abandonar o ensino regular. “Acredito que essa seja uma causa defensável, pela qual vale lutar. É preciso resolver a questão de cursos profissionalizantes que dêem condições para esses jovens seguirem em frente sozinhos, sem recorrer à prática criminal”, disse Heil.
O Diretor de Educação e Tecnologia do Senai, Antônio José Carradore, explicou que a instituição trabalha com diversos formatos de cursos, como o programa Jovem Aprendiz, o Pronatec (programa do governo federal), e o Competências Transversais, todos gratuitos, com duração variável conforme as especificidades do curso e das turmas formadas. Assim, é possível adaptar os cursos conforme as demandas de cada vara da Infância e Juventude e o perfil dos grupos de alunos (de acordo com o regime de internação, a idade, a necessidade de formação e trabalho etc.).
O juiz da vara da Infância e Juventude de Blumenau, Álvaro Pereira de Andrade, garantiu que a sua comarca tem demanda para todos os casos. “Seria muito importante para nós fazer parte desse projeto, porque são formas de inclusão e motivação para esses jovens conhecerem realidades diferentes, com mais possibilidades para o futuro”, avaliou Andrade.
Inicialmente, a parceria entre a Coordenadoria da Infância e Juventude e o Senai irá beneficiar as cidades de Blumenau, Barra Velha, Gaspar e Florianópolis. Trata-se de uma fase de teste para a identificação das necessidades e das dificuldades do desenvolvimento dos cursos. “Precisamos pensar em projetos que atendam a cada caso adequadamente, por isso precisamos começar com projetos-piloto. É do interesse de todos conjurar esforços para viabilizar essa ideia em todo o estado”, explicou Carradore.
O acordo estabelecido entre os magistrados e os dirigentes do Senai foi de dividir a implementação dos cursos em duas etapas. A primeira, que deverá ser concluída até o final deste ano, consiste no levantamento do número de jovens a serem contemplados pelo projeto, na identificação do perfil das turmas, na definição dos locais em que as estruturas físicas (os laboratórios didáticos móveis) serão montadas, e na aquisição dos equipamentos necessários (por meio de doações do Tribunal de Justiça). A segunda etapa, com início previsto para fevereiro de 2013, consiste no início das aulas.
Satisfeitos com o saldo positivo da reunião, os magistrados comemoraram mais uma conquista do Judiciário catarinense em benefício dos jovens e crianças em situação vulnerável. O presidente da AMC, juiz Sérgio Luiz Junkes, reforçou a importância de parcerias entre a Associação e outras instituições a fim de alavancar o desenvolvimento de ações conjuntas como essa com o Senai. “É importante que a magistratura mantenha esse contato com outros setores da sociedade para ampliar o alcance e os resultados positivos do seu trabalho”, analisou.