Tudo a Ver: Celesc, AMC e IGK promovem debate com jovens sobre cidadania e eleições

Aproximar os futuros eleitores das questões que envolvem cidadania e política e promover o debate entre eles é o objetivo do "Tudo a Ver", evento promovido em parceria entre a Celesc, o Instituto Guga Kuerten (IGK) e a Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) no próximo dia 6 de agosto para jovens entre 14 e 16 anos que participam de programas sociais ligados às três instituições. 

 

O debate será conduzido pelo tenista Gustavo Kuerten, pelo presidente da Celesc, Antonio Gavazzoni, pelo juiz Sergio Junkes, presidente da AMC e por um dos jovens aprendizes. O evento será realizado no auditório da Celesc para 200 participantes do programa Jovem Aprendiz, da Celesc, adolescentes do Centro Cultural Escrava Anastácia e do IGK, e transmitido por vídeo conferência para jovens nas 16 regionais da Celesc pelo Estado. 

 
Uma pesquisa da revista Época em 2011 apontou que no Brasil existem 17,9 milhões de habitantes entre 15 e 19 anos. Destes, 56% não acreditam nos políticos; por outro lado, 92% acreditam que política é discutir assuntos que mexem com a vida de cada um. Metade deles já aderiu a alguma causa pela internet. A pesquisa também apontou intolerância dos jovens com a corrupção e mostrou que faltam referências sobre como efetivamente mudar. 
 
Guga, que recentemente mobilizou a imprensa ao declarar suas opiniões sobre os rumos da administração pública e do desenvolvimento em Florianópolis, acredita que quanto antes  for plantada a semente da cidadania, melhor será a participação desses jovens cidadãos na decisão dos rumos de suas cidades. “Não adianta apenas reclamar ou se alienar. É preciso entender como as coisas funcionam e saber o que cada um pode fazer ou como pode cobrar mudanças”, diz. 
 
Para o presidente da Celesc, a motivação dos jovens é essencial. “Tanto os números quanto a vivência com os jovens aprendizes nos mostram que há uma tendência natural do adolescente em se envolver com qualquer tema, desde que seja interessante e tenha vínculo com a sua realidade. Nosso objetivo principal com o evento é mostrar que mesmo antes de votar o jovem pode e deve conhecer e interferir nos rumos da política e da cidadania”, defende Gavazzoni. 
 
O juiz Sergio Junkes acredita que o público adolescente ainda é pouco levado em consideração no tratamento de temas mais abrangentes, e o que o “Tudo a Ver” tem a missão de desmistificar alguns tabus. “Se o jovem não entender o funcionamento do sistema, o papel do executivo, legislativo e judiciário, o que faz um prefeito, um vereador, ele acabará sendo mais uma peça na engrenagem. Queremos despertar o protagonismo juvenil”, diz. 
 
A idéia é ampliar o evento em futuras edições, com temas como consumo de álcool e drogas, bullyng, gravidez precoce, entre outros. Os jovens convidados para esta primeira edição são na maioria provenientes de comunidades carentes ou moradores de casas lares, e participam de ações culturais e de aprendizado profissional. 
 
Bandeiras que não estão na pauta de partidos políticos – Em 2008 um estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) com dez mil brasileiros de 15 a 29 anos, resultou no livro Juventudes: outros olhares sobre a diversidade, da coleção Educação para Todos, do Ministério da Educação. 
 
Quase metade dos entrevistados no estudo admitiu não ligar para um comício; por outro lado, no mesmo ano a 1a Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude reuniu 2,5 mil jovens em Brasília, em debates dominados por temas como emprego, educação, preservação do meio ambiente, legalização do aborto, discriminação contra negros e homossexuais.

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