O presidente interino da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC), juiz Irio Grolli, e o assessor da presidência da entidade, juiz Ermínio Darold, estiveram reunidos, nos últimos dois dias, com vários dirigentes de instituições, com o objetivo angariar apoio para a solicitação que será procedida ao governador do Estado de Santa Catarina, Leonel Pavan, bem como aos candidatos a governador, para a construção de uma clínica de tratamento, em regime contensivo, de crianças e adolescentes dependentes de entorpecentes de alto potencial viciante e seqüelante, conforme proposta aprovada em reunião da Diretoria da AMC.
O primeiro encontro foi com o presidente da OAB/SC, Paulo de Borba, na tarde de quarta-feira, dia 15/09. Borba elogiou a iniciativa e declarou total apoio à causa. “A situação está cada vez mais preocupante e é preciso agir com a máxima urgência”, disse. O juiz Ermínio Darold, por sua vez, acrescentou que a situação é alarmante, sobretudo em relação à dependência de crack. “Virou uma pandemia. É preciso agir com rapidez, encarando o problema da droga como caso de saúde pública. Além das ações repressivas e preventivas, imprescindível a ação terapêutica efetiva, sob a responsabilidade do Estado, para interromper a dependência e minorar as conseqüências, sob pena de se permitir que uma relevante parcela da futura geração se torne inválida, privada da lucidez, repercutindo intensos problemas familiares, sociais e até no campo previdenciário. Necessário que os governantes encarem a situação, para fins de investimentos, como estando à frente de outra pandemia qualquer, com acentuado risco à população em geral”, assinalou o magistrado.
Segundo o juiz Irio Grolli, a idéia é provocar o “dever agir” do Estado. “Hoje não há onde colocar os dependentes para tratamentos por longos períodos. Não queremos procurar culpados, mas tão somente achar uma solução para esta situação que preocupa e atinge toda a sociedade”, ressaltou.
A proposta também foi apresentada na manhã desta quinta-feira ao diretor institucional e jurídico do Grupo RBS em Santa Catarina, ministro aposentado Paulo Gallotti, e, à tarde, ao presidente da Associação Catarinense do Ministério Público (ACMP), Rui Carlos Kolb Schiefler. Ambos hipotecaram total apoio à campanha da AMC, colocando suas respectivas estruturas para a consecução dos objetivos apresentados pelos magistrados. O ministro Paulo Gallotti disse que levará o assunto à direção da empresa, mas adiantou que, pela relevância do tema, certamente o Grupo RBS irá aderir de forma enfática à campanha. O promotor de Justiça Rui Schiefler lembrou que o MP e o Judiciário acabam sendo um desaguadouro deste problema, acrescentando que a iniciativa é fundamental para tentar minimizar essa situação. O juiz Ermínio Darold salientou que após angariados todos os apoios e meios de pressão possíveis, a proposta será levada ao governador e aos candidatos a governador.