Nesta semana, a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), do TJSC, informou que a Campanha Sinal Vermelho acolheu a primeira vítima de violência no estado. A mulher, que desenhou um X na mão para denunciar o agressor, estava em casa com o companheiro quando conseguiu se comunicar com os policiais por meio do símbolo.
Segundo as informações da PM, os policiais foram chamados para atender um caso de lesão corporal e, quando chegaram no local, um homem os atendeu na porta de casa. A vítima estava logo atrás, com a testa machucada e as roupas desajeitadas, dando indícios de violência. Quando ela mostrou a mão com o símbolo desenhado, os policiais entenderam a denúncia e levaram o agressor à delegacia. O fato aconteceu na cidade de Ituporanga.
A campanha Sinal Vermelho é uma iniciativa do Poder Judiciário que busca ajudar mulheres a denunciar a violência doméstica de forma silenciosa e segura. As farmácias são o ponto de referência para acolhimento da vítima, que pode desenhar um X vermelho na mão e denunciar seu agressor para qualquer atendente ou farmacêutico. Em todo o estado, já são mais de 800 farmácias participantes da campanha.
A presidente da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC), juíza Jussara Wandscheer, demonstrou satisfação ao saber que o símbolo da campanha está sendo utilizado em benefício das mulheres e destacou que o trabalho dos policiais militares em reconhecer o símbolo foi essencial para salvar aquela vítima da situação em que vivia.
“A campanha cria mais um canal de denúncia que precisa ser conhecido por todos, principalmente pelos policiais que vão acolher a vítima e que, eventualmente, precisarão reconhecer o símbolo para ajudar numa situação de risco”, aponta Jussara.
O major Mauro Almir Marzarotto Júnior, da Polícia Militar de Santa Catarina, informou que os policiais militares do estado foram instruídos, desde o início da campanha, a proceder da melhor forma diante de ocorrências com o X vermelho na mão. “A PMSC apoia a iniciativa e vê como muito importante a criação de formas que facilitem as denúncias por parte das mulheres que estão em situação de violência doméstica. Sabemos que as vezes é muito difícil que elas tenham uma oportunidade de denunciar, pois estão vivendo sob o mesmo teto do seu agressor”, explica o major.
Outra forma de acolhimento da PM é a Rede Catarina de Proteção às Mulheres, que também apoia vítimas em SC. “O serviço da Rede é direcionado à prevenção da violência doméstica e familiar, pautado na filosofia da polícia de proximidade, que busca conferir maior efetividade e celeridade às ações de proteção à mulher em todo o estado”, conta.