No próximo dia 2 de junho começa o Congresso de Inovação, Tecnologia e Direito para o Ecossistema da Justiça (Expojud). Esta será a segunda edição do evento, desta vez 100% on-line, com mais de 50 palestras. A programação dura três dias e está focada em palestras ministradas por especialistas de diversos setores, como inovação, tecnologia e empreendedorismo no sistema judicial. Em mais de 40 ambientes de interações virtuais, o evento vai tratar da realidade atual da Justiça, como os cenários pós pandemia, os efeitos do novo coronavírus nas atividades dos magistrados, a revolução tecnológica nos Tribunais Superiores, entre outros.
Todos os vídeos serão disponibilizados no Youtube, mas é necessário realizar inscrição pelo site do Congresso e quem acompanhar ao menos 70% do evento terá direito a certificado de participação. O congresso é realizado para líderes, gestores e servidores da Justiça, profissionais da área de tecnologia e inovação jurídica, além de advogados e demais operadores do Direito.
O organizador, Ademir Piccoli, que é advogado e empreendedor especialista em Governo Digital, acredita que o evento possibilita uma atualização para o profissional do Direito porque reúne pautas fundamentais como inovação e tecnologia. “O profissional tem obrigação de se atualizar, de se manter por dentro das novas tecnologias, por isso esse evento é tão importante, ele aborda todos esses assuntos de maneira on-line e gratuita”, argumenta.
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina e o Ministério Público catarinense vão participar com estandes virtuais no evento. Neste espaço, às instituições vão expor o que mais acharem relevante sobre suas atuações. Além disso, o diretor de comunicação da AMC, juiz Marcelo Carlin – que faz parte do comitê de implantação do laboratório de inovação da Justiça catarinense – será mediador do painel “O papel dos laboratórios de informação na Justiça pós pandemia”. Participarão dessa conversa as juízas federais Daniela Cavalheiro, Luciana Tavares Zanoni e Cristiana Chmatalik.
O evento é gratuito para os profissionais do Direito. Profissionais de outras áreas podem participar adquirindo ingresso no site do evento.
Na entrevista a seguir, Ademir Piccoli, advogado especialista em Governo Digital e organizador do evento, fala sobre a organização e as expectativas para a segunda edição do Expojud.
Quais são as principais mudanças promovidas pela organização se comparada com a primeira edição do evento?
O evento será totalmente on-line, então essa é a principal diferença. Mas vale lembrar que essa edição não é uma substituição para a edição deste ano, e sim complementar. A gente vai organizar de 13 a 15 de outubro um evento presencial, ou ao menos híbrido. Acontecerá nessas datas em Brasília. Mas o que devemos destacar é que essa experiência on-line possibilita que mais pessoas assistam o evento, ele será transmitido no Youtube e as pessoas conseguem assistir de casa ou do trabalho. O principal desafio é entregar esse conteúdo para o maior número de pessoas, visto que assim como nos eventos presenciais temos um limite da capacidade do ambiente físico, no ambiente on-line, principalmente por transmissão do Youtube, também temos limites.
Quais serão os principais temas das palestras apresentadas neste ano?
São vários temas, alguns relacionados com tecnologia, outros que passam pela experiência desse momento de pandemia. Temos palestras sobre teletrabalho, cases de sucesso, tribunais falando sobre a experiência com o home office, além de ferramentas que são utilizadas para isso. Os temas são bem abrangentes e envolvem os assuntos que estão em pauta no mercado, não só para o setor público mas para todo o mercado de tecnologia, como inteligência artificial, blockchain, segurança da informação, inovação, com vários laboratórios de inovação que mostrarão a importância desses ambientes dentro das instituições. Outra palestra, com Joseph Teperman, fala sobre o desenvolvimento de empreendedores públicos. Ele é autor do livro chamado Anti Carreira: o futuro do trabalho, que explica sobre empreendedorismo na Justiça. Esse tema é interessante justamente porque empreendedor não necessariamente tem a ver com empresas, mas sim com atitudes. Então teremos um bate-papo com ele, com um juiz federal e o ex-presidente do Tribunal falando sobre o assunto.
Quais adaptações vocês realizaram na organização para tornar possível a realização de um evento 100% on-line, justamente por conta da pandemia do novo coronavírus?
São dois principais eixos. O primeiro deles é a questão da escolha da ferramenta e da melhor forma de transmitir esse conteúdo. A gente, por meio de muitos testes e de outros eventos que realizamos, vimos que a transmissão do Youtube é a mais rápida e que consegue entregar para um maior número de pessoas. O segundo eixo é o desenvolvimento dessa aplicação em Blockchain, que possibilita a interação e uma melhor experiência ao assistir palestras. Por exemplo, as pessoas que precisam do certificado devem assistir ao menos 70% do evento. Se ela cumprir isso, recebe um certificado de participação. E principalmente a questão dos estandes, que tem por objetivo apresentar às instituições ao público. É o espaço que as instituições de Justiça têm para mostrar aquilo que seja relevante compartilhar com os demais. São mais de 20 instituições, desde o Conselho Nacional de Justiça, como os representantes de SC: o Tribunal de Justiça e o Ministério Público.
Na sua opinião, qual a importância desse evento para o campo Jurídico?
Esse é um tema obrigatório, não é mais uma opção para o profissional do meio jurídico, justamente porque se ele não se atualizar, ele tem o risco de ficar excluído ou não conseguir atuar. Hoje, as nossas instituições e o profissional do Direito estão inseridos no contexto da tecnologia, então todos os processos que ingressam no Judiciário chegam de maneira digital. Ainda tem alguns tribunais que entram com o processo em papel, mas é pouca coisa. Logo não haverá mais processos em papel, processo tramitando internamente. As pessoas cada vez mais, e a pandemia trouxe atenção a isso, terão que utilizar ferramentas digitais para videoconferências, reuniões. Terão que utilizar os processos eletrônicos, com sustentações orais, interrogatório de preso, com tecnologia e inovação, por meio de whatsapp. Até para casamentos on-line, a tecnologia está completamente inserida no meio jurídico. Ou seja, o profissional tem obrigação de atualizar. E esse evento é gratuito, que traz os principais temas para manter as pessoas conectadas e atualizadas.
Qual é a expectativa da organização do evento para essa edição on-line?
Nossa ideia foi de proporcionar uma experiência multipalco onde das 08h30 às 10h30 tem apenas um conteúdo e a partir desse horário temos várias palestras simultâneas, ou seja, a pessoa escolhe o que ela quer. Tem uma variedade grande de conteúdo, de temas que são importantes para o Judiciário. Para desembargadores, promotores e juízes, ou para pessoas que são mais da tecnologia, tem debates com gestores dessa área. Teremos painéis com presidente de Tribunais, Procuradores-gerais e com gestores de tecnologia. Então tem conteúdo para todo mundo, para todas as pessoas que operam o direito, inclusive advogados e servidores de cartório. Procuramos colocar um conteúdo para todas as áreas jurídicas e atender a todas as partes interessadas. A expectativa é que a gente consiga entregar um excelente conteúdo para as pessoas, e estamos trabalhando para isso.