“Que judiciário o Brasil precisa” é o tema da mesa redonda que acontece no próximo dia 16 de dezembro, às 18 horas, no hall do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. O debate faz parte do ato de lançamento do livro: “O juiz sem a toga – Um estudo sobre a percepção dos juízes sobre trabalho, saúde e democracia no judiciário” de autoria do professor Herval Pina Ribeiro, e prefaciado pelo Desembargador Antônio Fernando do Amaral e Silva. O livro está sendo lançado pelo Sindicato dos Servidores do Judiciário (SINJUSC), em parceria com a Lagoa Editora.
Participam da mesa, além do autor, o Desembargador Amaral e Silva (ex-presidente do TJ/SC), o Presidente da OAB/SC, Adriano Zanotto, o professor Orides Mezzaroba dos programas de graduação e pós-graduação em Direito da UFSC, o Juiz da comarca de Lages, Silvio Dagoberto Orsato, o Presidente do SINJUSC, Volnei Rosalen, e um representante da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC).
O livro “O juiz sem a toga” é resultado de uma pesquisa realizada com 22 juízes. Foram quatro oficinas, coordenadas pelo autor, Herval Pina Ribeiro, que é doutor em saúde pública pela USP. Em cada um dos encontros os participantes expuseram suas opiniões tendo como base um roteiro com três temas pré-estabelecidos: a saúde e o adoecimento dos juízes, a explosão da demanda judiciária e a reclusão e penas alternativas.
No livro os magistrados constatam que juízes, desembargadores e servidores estão adoecendo das mesmas doenças coletivas e das mesmas causas de modo parecido, principalmente de LER (lesões por esforço repetitivo). Em seus depoimentos os juízes admitem práticas autoritárias no Judiciário. Reconhecem os limites da justiça formal, e demonstram angústia diante de uma demanda crescente que exige cada vez mais trabalho, com origem em graves problemas sociais não solucionados.
Com base em questões do cotidiano são levantados debates acerca da crise do judiciário e sua morosidade, a falta de credibilidade na justiça e problemas de democracia no interior do judiciário. A pesquisa com os juízes e o livro resultante dela são parte do “Projeto Trabalho e Saúde” que o SINJUSC vem desenvolvendo entre os trabalhadores do judiciário catarinense desde 2002. Trata-se de um projeto, mais abrangente, que já está na terceira fase e vai resultar em outra publicação, já em fase de elaboração apresentando o resultado da aplicação de um questionário entre os mais de 4 mil servidores do judiciário catarinense.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da AMC