Alunos do Imaculada Conceição debatem com juízes e jornalistas a importância do voto como instrumento de cidadania

Para muita gente, a participação na política se restringe ao exercício do voto. Mas hoje, os estudantes do Educandário Imaculada Conceição, em Florianópolis, aprenderam que democracia é muito mais do que isso. Mesmo que muitos ainda não tenham emitido o título de eleitor, o exercício da cidadania se dá no dia-a-dia, com direitos, deveres e diálogo entre diferentes esferas, buscando o bem comum. 

Com a perspectiva de formar jovens mais participativos e estimular a participação na vida política, a escola recebeu, nesta quinta-feira, 25, o projeto Tudo a Ver, uma promoção da Associação dos Magistrados Catarinenses e Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE/SC), que tem como propósito reunir juízes, jornalistas, professores para um bate-papo informal com os jovens estudantes sobre temas ligados ao Direito, aos Poderes do Estado e à Política. 

O evento contou com a participação dos jornalistas Upiara Boschi (RBS), Keli Magri (Ric Record) e Elaine Maieski (Band SC) – mediadora –, do juiz Fernando de Castro Faria, coordenador do projeto, da juíza eleitoral Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli e do professor de sociologia do EIC Alan Carlos Ghedini. 

Para o coordenador do projeto, houve uma longa luta para a população conquistar o direito de eleger seus representantes no poder público e agora, no momento em que esse direito se torna reconhecido, a própria população não faz valer plenamente o seu poder de escolha. "Muitos morreram para que pudéssemos ter o direito de votar. O eleitor pode e deve protestar, mas através do voto. A melhor forma de protesto é a informação", frisou o Juiz Fernando de Castro Faria. Para ele, a democracia é algo muito recente no Brasil e ainda está se consolidando, por isso é de suma importância a conscientização do povo sobre o poder do voto, e sua influência direta na evolução do País.

O jornalista Upiara Boschi destacou que o desinteresse pela vida política não se restringe apenas aos jovens, mas a toda sociedade. "Diante desse desencantamento, o maior desafio de escrever sobre política é traduzir o jogo para quem não está jogando. São muitas nuances, pois política é dia a dia", falou. 

Já a jornalista Keli Magri ressaltou a importância da leitura e falou sobre o papel dos veículos de comunicação nas eleições. "A imparcialidade é um mito, mas a ética não. Ao ler um jornal, você tem que ser crítico e formar a sua própria opinião. Todo jornal tem um posicionamento, mas em cidades pequenas ele é gritante", disse. 

A juíza eleitoral Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli frisou que é comum ouvir as reclamações de uma sociedade insatisfeita com seus representantes, mas o importante, que é justamente pesquisar e conhecer melhor as propostas e intenções de cada eleito, a maioria não se dispõe a fazer. "A ideia do voto passa pelo conceito de que somos todos iguais, que é o princípio da democracia. Mas se nós não participamos da construção da sociedade, como vamos mudá-la?", indagou. 

O professor Alan Carlos Ghedini manifestou o interesse em dar continuidade a debates do gênero com os alunos e destacou a importância da informação. "Temos que apresentar todas as opções possíveis e miná-los de informações de qualidade, para tenham consciência do seu papel como agente transformador da sociedade", pontuou.

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