Nesta sexta-feira, 22 de março, a Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) lançou, por meio de uma palestra, o I Programa de Orientação para Aposentadoria da AMC, no auditório Sólon D’Eça Neves. O presidente da instituição, Juiz Sérgio Luiz Junkes, abriu o evento, ressaltando a importância da magistratura ter uma orientação adequada para encerrar a carreira e ingressar em uma outra etapa – a aposentadoria. “Tem sido a praxe ao longo de todos estes anos o magistrado se aposentar sem qualquer orientação antecedente. Em razão disto são comuns os relatos de colegas nossos que dão conta de como esta transição pode ser cercada de muito sofrimento e causar, inclusive, danos psíquicos profundos. Nosso objetivo, nosso desafio com a iniciativa deste novo programa é mudar este quadro”, explicou.
Na sequência, a psicóloga Dulce Helena Penna Soares, professora voluntária da UFSC e criadora do Programa de Preparação para Aposentadoria – “Aposenta-ação”, abriu os trabalhos com o painel “Aposentadoria: o que eu tenho a ver com isso?”. Ela ressaltou que planejar a aposentadoria é algo cada vez mais importante e que pode ser feita desde cedo. “É um direito adquirido e todos vão chegar lá. Temos que escolher o melhor momento e até mesmo uma data significativa para marcar essa transição”, contou.
Ela ressaltou ainda as consequentes dificuldades com o período de inatividade. “O trabalho é central na nossa vida. Nossa agenda é sempre elaborada antes ou depois dele. De repente, se antes faltava tempo, com a aposentadoria, normalmente ocorre o contrário, temos tempo demais”, relatou. Segundo ela, é preciso encontrar novas atividades e, quem sabe, colocar em prática sonhos antigos que foram abandonados pela falta de tempo. “É necessária uma reorganização espacial, encontrar novamente o seu espaço e criar uma agenda de atividades que serão feitas ao longo do dia”, diz.
Dando continuidade à palestra, a psicóloga e mestre em Sociologia Clínica e Psicossociologia pela Université Paris 7, Vera Regina Roesler, explanou sobre a origem histórica da palavra aposentadoria, da função do dinheiro na sociedade e ilustrou o significado do trabalho e da aposentadoria na vida de algumas pessoas. “Tenho exemplos de pessoas que não conseguiram parar de trabalhar com a chegada da aposentadoria e outros que encontraram na aposentadoria algo muito gratificante. Não existe certo e errado, cada um precisa olhar para si, saber até onde pode ir e aquilo que lhe trará mais satisfação”, pontuou.
O presidente da AMC destacou que o programa terá continuidade com mais quatro encontros, que serão realizados a partir do início de abril. O programa é voltado tanto para magistrados ativos quanto inativos.