Juíza de Direito de 2º Grau Janice Goulart Garcia Ubialli sobre aposentadoria: “A preparação para esse novo ciclo da vida é ferramenta gerencial indispensável”

 

A Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) realizará, no dia 22 de março, a primeira etapa de um amplo programa de preparação para a aposentadoria, desenvolvido pela entidade. A organização do evento visa instigar os magistrados da importância de se preparar para o período de inatividade.

Dando seguimento a série de entrevistas com magistrados próximos da aposentadoria, a AMC entrevistou a Juíza de Direito de 2º Grau Janice Goulart Garcia Ubialli. Ela ressaltou que o sentimento de exclusão, após tantos anos dedicados à magistratura, é inevitável, e que a preparação para esta nova etapa é fundamental para que a transição aconteça com tranquilidade. Confira:

AMC – Quais os seus anseios, dúvidas e expectativas ao ingressar nesta fase final da carreira?

Juíza de Direito de 2º Grau Janice Goulart Garcia Ubialli – A aposentadoria representa a descontinuidade, uma ruptura do extasiante trabalho intelectual do magistrado. Em que pese gerar a sensação de liberdade, o sentimento de exclusão é inevitável. Contudo, ela não deve ser entendida como uma sentença declaratória de invalidez física ou mental, porquanto ainda pode o cidadão contribuir, com seus conhecimentos e experiências, no mundo jurídico e na sociedade.

AMC – De que forma está se preparando para a aposentadoria? O que pretende fazer depois de deixar a magistratura?

Juíza de Direito de 2º Grau Janice Goulart Garcia Ubialli – A preparação para esse novo ciclo da vida é ferramenta gerencial indispensável a uma boa aposentadoria, o que não significa ruptura com o mundo jurídico, mas o desenvolvimento de novas atribuições para o contínuo império da justiça.

AMC – O que achou desta iniciativa da AMC, de promover um evento para discutir questões ligadas à aposentadoria? Qual a importância deste encontro?

Juíza de Direito de 2º Grau Janice Goulart Garcia Ubialli – Dos ciclos naturais pelos quais o ser humano vive, enleva-se o produtivo em detrimento dos demais. Dessa conjuntura, o magistrado, quando finda a atividade judicante, é preenchido, diante do longo tempo dedicado à função, por um sentimento de exclusão, o qual, se não superado, pode levar à depressão. Logo, elogiável a iniciativa da AMC em cuidar não só dos juízes em pleno exercício, mas também dos que perderam, ou estão na iminência de perder, a atividade jurisdicional.

 

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