AMC realiza a sua Assembleia Geral Ordinária

 

Todos os magistrados que fizeram uso da palavra reconheceram a necessidade do reajuste, para que a nova diretoria, liderada pelo juiz Sérgio Junkes, tenha não só condições de manter a AMC (patrimônio físico, funcionários, etc.), mas também de implementar seus programas, suas ações e, principalmente, investir em um projeto de reformulação da política de interlocução da entidade com a opinião pública.

Os magistrados assinalaram que o momento atual é crítico e que o projeto capitaneado pelos líderes da classe em nível nacional está equivocado, pois colocou no centro de debate temas difíceis de serem defendidos e compreendidos pela sociedade. O desembargador José Carlos Carstens Kohler citou o nome do desembargador Henrique Nelson Calandra e disse que a estratégia adotada pela AMB estava equivocada, momento em que todos aplaudiram. Ele acrescentou  ue a classe vive os seus piores momentos e que, mais do que nunca, juízes e desembargadores precisam estar unidos. O magistrado, propôs, inclusive, a criação de um colégio de presidentes de associações estaduais para debater e propor soluções à crise.

O desembargador Salim Schead dos Santos também destacou que é preciso fazer um trabalho de convencimento interno, no sentido de despertar na própria magistratura um processo de conscientização acerca do seu relevante papel para a sociedade e não só promover a defesa dos subsídios e demais prerrogativas. Considera que o primeiro passo é fazer com que a classe entenda o que está acontecendo, sair do estado de alienação.

Já o desembargador Victor José Sebem Ferreira, ao justificar o seu voto favorável ao reajuste, relembrou o esforço dos magistrados que ajudaram a fundar a AMC, entre eles, o desembargador Nauro Collaço, que esteve presente na AGO. “Nós temos 50 anos de história e temos que fazer mais 50 melhores do que estes. Nós juízes, no egocentrismo de julgar, somos desunidos. Temos que nos unir. O que são R$ 30,00? Interessante que quem criticou na rede não está aqui”, provocou.

Para o juiz de direito de 2º grau Rodrigo Collaço, a magistratura brasileira vive um processo de esmorecimento interno, de apatia, com reflexos na sua própria auto-estima, justamente pelo fato de que o juiz trabalha muito, mas não tem o reconhecimento social pelo seu esforço. Acrescentou que estudos do banco mundial colocam os magistrados brasileiros entre os mais produtivos do mundo, como também destacam a criatividade dos seus julgados. “Sou totalmente favorável (ao reajuste). É o mínimo que podemos oferecer à nova gestão, para que ela possa implementar os programas que nós aprovamos nas urnas”, frisou.

O novo presidente da AMC, juiz Sérgio Luiz Junkes, enfatizou a necessidade de realização de um debate interno. “Nós, da nova diretoria, temos a dimensão dos nossos desafios. E é importante canalizarmos a nossa indignação para ações concretas”, destacou.

Também fizeram uso da palavra os magistrados Cláudio Régis de Figueiredo e Silva (novo diretor-geral da Esmesc); José Agenor de Aragão; Aluísio Blasi, Periandro Balbino e Nauro Collaço.

Despedida

O juiz Paulo Ricardo Bruschi presidiu no sábado a sua última assembleia geral ordinária da AMC. Após abrir os trabalhos, ele fez uma explanação detalhada das receitas e despesas da entidade, cujas contas restaram aprovadas. Ao final, ele agradeceu o apoio dos colegas magistrados e colaboradores. Disse que saía realizado, com a sensação do dever cumprido. “Foi uma honra imensurável presidir a AMC”, finalizou.

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