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Coral

A música traz alegria, uma sensação imediata de calma e prazer que só ao ouvir você consegue entender. Ela transforma nosso dia, nosso momento. Na Associação não é diferente. Há 21 anos o Coral da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) serve de inspiração para quem assiste, mas principalmente de refúgio e calmaria para quem faz parte dele. Há quem diga que o dia a dia é cansativo, mas, com a música por perto, tudo fica mais fácil.

Foi no verão do ano 2000 que um grupo de associados, magistrados e pensionistas, para lá de afinados, se reuniu e realizou uma apresentação pela primeira vez. O juiz aposentado Eralton Viviani foi um dos fundadores do grupo e hoje, quando relembra os primeiros anos do coral, se emociona. “Fui ao Rio de Janeiro acompanhar a posse da nova diretoria da Associação dos Magistrados do estado e voltei entusiasmado com a apresentação do coral de lá,  que deu brilho à solenidade cantando os hinos nacional e estadual”, conta. Ele relembra que relatou ao presidente da AMC na época, Rodrigo Collaço, e sugeriu a criação do coral.

Foi então que em dezembro de 2000, 25 associados e a regente da época, Najla Elisângela dos Santos da Silva, se apresentaram na AMC, no evento de entrega do resultado do 1º Concurso Literário – Prêmio Magistrado Atahualpa Garrozi Mascarenhas Passos. Como se fosse hoje, Eralton relembra as canções da estreia: “Cio da Terra”, de Milton Nascimento, e “Barra da Lagoa”, de Neco e Carlos Besen. “Prosseguimos com outros belos cantos e concluímos a cerimônia com músicas natalinas. Nosso uniforme levava as cores da Associação, azul marinho, blusa branca, echarpe amarela para as moças e terno azul marinho, camisa branca, gravata amarela para os rapazes”, relembra.

Desde então, o coral cresceu e contou com a participação de muitos associados em apresentações cada vez mais frequentes. A agenda do grupo privilegia solenidades na AMC e no TJSC, cerimônias em fóruns e tribunais de todo o país e eventos do Poder Judiciário em geral, mas inclui também diversos eventos do universo artístico musical, como festivais e encontros nacionais e internacionais de corais, formaturas, e celebrações em geral. O unido grupo participou inclusive do famoso “Natal Luz” da cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. 

A atual diretora do Coral, pensionista Gilmara Amorim Fortes, relembra sua primeira participação ainda em 2000. “Quando recebi o convite feito pelo juiz Eralton Viviani, há 21 anos, para compor o coral da AMC, juntamente com meu marido, Rui Fortes, não imaginei o quanto de satisfação e desenvolvimento humano ele me proporcionaria”, recorda. Gilmara acredita que a união entre os cantores é que dá brilho ao coral. “A busca pela harmonia é gratificante e muitas vezes decepcionante, quando não conseguimos alcançá-la. Mas a luta nos faz crescer, tanto individualmente como em grupo. Viver em grupo requer compreensão, tolerância, altruísmo, respeito pelo tempo do outro, para que o grupo brilhe, se desenvolva e não morra”, justifica.

Melina Figueiredo Alves de Arruda, maestrina do grupo desde 2001, explica que a música traz diversos benefícios comprovados cientificamente para a vida das pessoas, dentre eles o alívio do estresse causado pela rotina incansável dos juízes e desembargadores. “O canto aumenta a capacidade respiratória, melhora a articulação, a dicção, eleva os níveis de serotonina no organismo, combate e previne os sintomas do estresse e da depressão”, justifica Melina.

Além disso, de acordo com a maestrina, só pelo fato de haver um mesmo objetivo entre seus integrantes – a união das vozes em harmonia – o coral consegue transmitir mensagens de alegria e paz.  “A música nos faz sonhar, nos traz recordações. Nos remete ao recôndito de nossas almas, aflorando bons sentimentos”, explica.

Em 2017, concretizou um antigo sonho, a gravação de um CD exclusivo e autoral do coral com 12 músicas, que representam as várias épocas da música brasileira e cancioneiro popular. Teve evento de lançamento no Teatro Álvaro de Carvalho – um dos principais teatros de Florianópolis. Neste disco, chamado “No tom da emoção”, os associados conseguiram eternizar um trabalho de longo caminho.

E dentre tantas conquistas, apresentações e encontros presenciais nesses 20 anos, em 2020 os magistrados precisaram aprender de forma diferente. Os ensaios passaram a ser online, com encontros semanais que ajudaram a manter a força vocal de cada participante. E mesmo com os desafios, eles ensaiaram oito novas músicas e 12 novas peças. Já as apresentações, que antes lotavam os teatros, se tornaram virtuais. Eles gravaram músicas à distância e reuniram, no vídeo que você pode ver logo abaixo, vozes que mesmo de longe trazem a alegria e a emoção que um canto em coral proporciona.

Nesses 21 anos, a união dos integrantes foi o que manteve o coral ativo. Os magistrados ensaiam semanalmente para manter essa história viva por outros tantos anos que estão por vir. Para Eralton, tratar da AMC e do coral é lembrar o início e reverenciar magistrados que há 60 anos uniram seus ideais e seu entusiasmo para legar aos colegas de todos os tempos. “Por meio da Associação, uma entidade respeitada, atenta, animadora e fiel aos princípios, é possível unir a classe. No começo, eram alguns; hoje, centenas; amanhã, muito mais.” São 21 anos de histórias, apresentações e orgulho para que as vozes se encontrem e soem harmoniosamente.